16/12/2011
09/10/2011
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Aprenda a Fazer um Make Gótico...
Os góticos nasceram de movimentos arquitetônicos, literários e musicais, são conhecidos principalmente pela vestimenta e a maquiagem pesada.
subcultura gótica se iniciou no Brasil nos anos 80. Pessoas passaram a expressar seu estilo de vida com um visual exótico e sua principal marca passou a ser a maquiagem.
As maquiagens góticas podem lembrar vampiros, anjos ou demônios, com desenhos ou super carregadas. São mais usadas em “baladas góticas” ou em encontro entre as turmas.
Existem maquiagens mais leves para serem usadas no dia a dia, mantendo a identidade gótica, mas sem ficar muito agressiva aos outros.
Para fazer a maquiagem gótica, precisa-se necessariamente de sombras escuras, como preta, azul e roxa, lápis de olho ou delineador e batom preto, além das unhas sempre estarem pintadas de preto.
Siga as dicas para fazer o seu make gótico:
Pele:
Antes de começar a se maquiar, prepare a pele, lavando-a com um sabonete específico para a sua pele ou com um demaquilante tônico.
Em seguida, aplique a base, que pode ser um tom abaixo da sua pele, pois quanto mais branca parecer, melhor!
Passe camadas generosas de base, corretivo e pó, para que obtenha uma pele bem uniforme, branca e pálida.
Esqueça do Blush! O blush cria um aspecto saudável e não queremos isso para o look gótico.
![]() Góticas. Foto:Divulgação | ![]() Góticos. Foto:Divulgação |
Olhos:
A maquiagem para os olhos é fundamental para o estilo gótico!
Passe o lápis de olho preto, por toda parte interna e externa dos olhos, com um traçado firme e grosso rente aos cílios superiores e inferiores.
Com o pincel chanfrado passe a sombra cremosa (preta) por toda parte móvel dos olhos. Se não tiver a sombra cremosa, utilize a em pó, umedecendo o pincel chanfrado com água, em seguida encoste o pincel na sombra e aplique nos olhos.
No canto dos olhos, pode passar uma outra cor de sombra, como por exemplo o vermelho, para dar um ar mais obscuro.
Aplique muitas camadas de rímel para cílios volumosos, destacando o olhar.
Com o delineador ou o lápis de olho, há possibilidades de fazer desenhos no rosto. Muitos desenham lágrimas, ou contornos aleatórios pelo rosto para acrescentar ainda mais a make!
Vale também, usar lentes de contato, com azuis, brancas ou com desenhos, além também de usar uma de cada cor.
![]() Tribo Gótica. Foto:Divulgação | ![]() Dark Glamour. Foto:Divulgação |
Boca
Contorne a boca com um lápis de boca azul, roxo ou preto, ligeiramente metálico. Depois preencha os lábios com um batom escuro que escolher.
Se quiser dar um brilho, aplique o gloss preto ou o incolor.
Para que o batom fique por mais tempo na boca, antes de aplicá-lo passe uma pequena quantidade de pó ou corretivo facial com as pontas dos dedos, dando batidinhas de leve.
![]() Dark Glamour [2]. Foto:Divulgação | ![]() Lolitas Góticas. Foto:Divulgação |
Dentro da Tribo Gótica, há outros estilos, como por exemplo, o Dark Glamour, Gotich Lolita, Dark Angel, entre outros, mas a maquiagem é praticamente a mesma: bem carregada!
Lembrando também que os homens podem fazer a maquiagem da mesma forma, usando a base, o lápis, a sombra e o batom!
Outra forma de se inspirar, é observando imagens de maquiagens góticas para praticar!
Abaixo confira o visual gótico de famosos internacionais
![]() Amy Lee. Foto:Divulgação | ![]() Marilyn Manson. Foto:Divulgação |
![]() Tarja Turunen. Foto:Divulgação | ![]() Anette Olzon. Foto:Divulgação |
Confira o video abaixo para fazer a sua maquiagem gótica com muita atitude!
07/05/2011
System Of A Down - Aerials live (HD/DVD Quality)

Confirmado: System of a Down vem no dia 2 de Outubro
No dia 1º de março, o Rock in Rio abriu uma enquete para perguntar aos fãs qual banda deveria tocar no Rock in Rio 2011. Dez dias depois, após uma disputa apertada, o System of a Down se sagrou como a banda mais pedida, com 499.445 votos (33,7% do total). Logo atrás apareceu o Guns N' Roses, com 450.884 votos (30,43% do total).
Foi uma negociação longa. Mas hoje, finalmente, depois de anunciar o Guns N' Roses, chegou a hora de dar os parabéns aos fãs do SOAD: PODEM GRITAR "EU VOU!", porque o System of a Down é presença confirmada no Palco Mundo dia 2 de Outubro.
Detonautas – Quem vem também para essa noite é o Detonautas, uma das bandas cariocas mais importantes da década de 2000. Formado por Tico Santa Cruz (vocal), Cléston (DJ e percussão), Renato Rocha (guitarra e vocal de apoio), Tchello (baixo) e Fábio Brásil (bateria), o grupo está produzindo de seu novo disco, que deve ser lançado ainda este ano.
Para o show do Rock in Rio, o Detonautas deve apresentar sucessos como "Outro Lugar" e "Quando o Sol se For".
Programação – Agora só falta uma atração para a programação do Rock in Rio 2011 estar completa. Se você já tem um Rock in Rio Card, aproveite para confirmar o dia em que quer ir neste link. Se não, fique ligado, pois as vendas de ingressos começam à meia noite deste sábado.
Chegou a hora minha gente Falta muito pouco
Já está na hora de garantir seu lugar na Cidade do Rock! A partir do primeiro minuto deste sábado, dia 7, você pode comprar seus ingressos para o Rock in Rio no site do festival e no Ingresso.com.
O preço dos ingressos é o mesmo de quando foram vendidos os Rock in Rio Cards: R$ 190 (inteira) e R$ 95 (meia-entrada). Após o dia 31 de maio, haverá um reajuste para R$ 220 (inteira) e R$ 110 (meia).
Não será cobrada taxa de conveniência para a compra pela internet, apenas o valor do frete dos Correios.
O público em geral poderá parcelar a compra em até 4 vezes sem juros. Já clientes Itaú terão direito a 15% de desconto no valor da compra, que poderá ser parcelada em até 6 vezes sem juros no cartão.
O número de entradas vendidas para o mesmo dia será limitado a 4 por CPF, sendo que uma pode ser meia-entrada. Para a compra da meia-entrada, será necessário apresentar um documento que comprove o direito.
Fãs de outros países poderão adquirir ingressos online, mas somente pelo site do Rock in Rio. Os estrangeiros receberão uma confirmação por email e terão de retirar seus ingressos na bilheteria no dia do evento. Nestes casos não será possível parcelar a compra.
24/04/2011
Amores Perigosos
Amores PerigososCapítulo Um
O arrepio glacial que me percorreu a espinha não tinha absolutamente nada que ver com o maravilhoso sorvete triplo de passas ao rum, pistache e chocolate que jazia semidevorado diante de mim. Também não foi o sorvete que gelou todo meu corpo e me paralisou com a colher ainda no ar, pronta para atacar uma vez mais a estupenda sobremesa. Pra dizer a verdade, de uma hora pra outra eu havia me esquecido por completo do sorvete. Até isso o medo é capaz de fazer comigo. Vampiro. Aquele deus grego que se movia com elegância e displicência por entre as mesas da praça de alimentação do shopping era um vampiro. Não me pergunte como é que eu sabia. Resultado da convivência, acho. Fazia meses que não aparecia nenhum vampiro querendo dar uma chupadinha nas minhas veias e artérias, mas é como andar de bicicleta. Uma vez que você cria uma certa intimidade com eles, nunca mais esquece como são. Não sei bem o que era. A palidez, com certeza, mas não apenas isso. Talvez o charme irresistível que irradiava dele, talvez a forma fácil como se movia, ou sei lá. Talvez algo que inconscientemente eu fosse capaz de reconhecer depois de meus contatos tão estreitos com os vampiros. Fosse o que fosse, que eu tinha certeza absoluta do que ele era. Uma certeza tão absoluta que me deixava morta de medo. – ... e foi um absurdo, porque a revista aceitou. Tudo bem, concordo que a gente tem que dar uma força pras revistas científicas nacionais, mas elas pelo menos têm que arranjar uns revisores decentes. Imagina só, aceitar um trabalho onde o autor escreve mexer com ch! Nem revisar o texto no computador o cara sabe? E esse é só um detalhe, porque precisa ver os erros lógicos dele, as falhas metodológicas, e os revisores nem percebem, pode uma coisa dessas? O trabalho... Eu adoro a Carol e aquele assunto me faria fofocar por horas. Não é todo dia que um desafeto seu publica, numa prestigiada publicação científica nacional, um trabalho cheio de erros cabeludos, de todos os tipos, tamanhos e modelos. E não é todo dia que esse tipo de coisa gera uma onda de e-mails indignados – com a revista, com o autor, com os revisores. A Carol estava por dentro de tudo, pois era amiga do editor e foi o ombro dela que ele escolheu pra chorar as pitangas. A gente tinha combinado se encontrar de tardezinha, depois que ela saísse da universidade, para vir ao shopping, fazer umas comprinhas e comer qualquer coisa caloricamente incorreta, tipo um sorvete fenomenal, que pra mim combina muito bem com o frio do inverno, enquanto ela me punha a par da encrenca. Nossa agenda tinha sido cumprida ao pé da letra. Até agora. Vampiros não estavam no script. Merda. A Carol continuava falando mas a voz dela era agora ruído de fundo. Eu só prestava atenção naquele cara alto, cabelos curtos de um castanho-claro quase loiro, corpo malhado e muito bem proporcionado, jaqueta de couro e jeans justos e desbotados, que prometiam delinear uma bunda perfeita... Bem que ele podia estar de costas, se afastando de mim, e não se aproximando, mas nem sempre as coisas são como a gente quer. Bom, pelo menos não era em mim que ele estava interessado. Em se tratando de vampiros, esse pequeno detalhe já é suficiente pra me deixar feliz. Não era eu o alvo de sua atenção. Ele vinha vindo com um andar descansado. Quem não soubesse acharia que era apenas mais um playboyzinho em busca de uma mesa vazia. Mas eu sabia. Eu estava assistindo a uma caçada. Seu olhar era um olhar predador, e estava fixo naquela moça de traços orientais sentada sozinha numa mesa, a sua frente um prato de salada e uma revista aberta, que ela lia enquanto mastigava devagar suas alfaces. Esguia, de pernas longas e saia curta. Um bronzeado tão perfeito que só podia ter saído de uma clínica de estética, dessas bem caras. Cabelo comprido, negro e brilhante. Olhos em fenda, misteriosos. Lábios bastante desejáveis. Mãos delicadas e finas, com dedos finos e lânguidos, unhas perfeitas de um vermelho sangüíneo. Movimentos sedutores até ao virar as páginas de uma revista. Uma mulher sabe reconhecer quando está em presença de uma criatura como essa, tão sensual que ofusca qualquer outro ser humano do sexo feminino que esteja num raio de cem metros. Nós sabemos reconhecer a concorrência desleal. O vampiro percorria um caminho sinuoso e ao mesmo tempo decidido, aproximando-se da moça e por tabela de mim. Ela estava a duas mesas de distância de onde Carol e eu estávamos. Meu medo crescia a cada passo que ele dava. Eu sabia muito bem do que um vampiro era capaz. Eu tinha sentido, e mais de uma vez, na minha própria pele, o tremendo poder de sedução dessas criaturas desconcertantes e o todo o perigo dessa sedução. Na minha própria pele... Ui, isso foi literal. Infelizmente. Hum, infelizmente? Sei lá. Tá, admito, meus sentimentos com relação aos vampiros não estão nada claros, mas deixa quieto, não gosto muito de pensar nesse assunto. O fato é que até então eu achava que tinha ficado livre dos vampiros. Ah, droga, não achava nada, eu estava era tentando me enganar. Claro que não era verdade. A prova estava bem defronte de meus olhos, um vampiro sarado com pinta de top-model chegando mais e mais perto, cada vez mais, daquela verdadeira Miss Nissei Século XXI. Cacete. Eu tinha certeza do que estava para acontecer. Ele faria algum comentário inocente, ela levantaria os olhos, talvez até tivesse tempo de avaliar o atraente material humano a sua frente. Então ela o olharia nos olhos. E estaria perdida. Talvez eu estivesse enganada. Eles poderiam ser amigos. Eles poderiam ser amantes. Pelo que sei, isso até acontece entre vampiros e humanos. Eles podiam simplesmente ter marcado um encontro ali no shopping, seguido de um ardente momento amoroso que incluiria uma apaixonada doação de sangue. Algo, porém, me dizia que não era nada disso o que estava rolando. Havia perigo ali, e eu o sentia como um perfume no ar ou um ruído incômodo. O perigo fazia formigar meu couro cabeludo e punha de pé os pelinhos de minha nuca. A sensação de que eu precisava fazer alguma coisa, tomar uma atitude, era irresistível. Mesmo que estivesse apavorada pelo que podia acontecer à moça e pelo que podia acontecer comigo, e mesmo correndo o risco de passar ridículo, pois caso estivesse certa e não agisse, aquela mulher poderia estar morta antes do próximo nascer do sol. E não, eu não achava que estivesse errada.
Continua...
Martha Argel
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30/01/2011
Contos em Trechos
Relações de Sangue

Capítulo Um
Eu levava uma vida bem normalzinha até que conheci meu primeiro vampiro. Na verdade, uma vampira. Uma coisinha delicada, do tipo mignon, que logo de cara quebrou o pescoço de dois sujeitos, secou um terceiro e ainda por cima me passou uma cantada. Hum, essa última pode não parecer grande coisa pra você, mas considerando o quão raras eram as cantadas na minha vida de eremita voluntária, que nunca na vida eu tinha levado uma cantada de outra mulher, e muito menos de alguém que vive de chupar sangue dos outros...
Mas acredite, um vampiro traz outro, o primeiro pode demorar, mas depois de algum tempo sua vida fica cheia deles. Opa, a palavra-chave aí é vida. Desde que você continue vivo, bem entendido.
Eu pelo menos continuo. So far, so good, como dizem os anglófonos, “Até aqui, tudo bem”.
Depois da primeira, não demorou muito pra aparecer o segundo.
Eram duas da manhã, pouco mais, pouco menos, e eu lutando contra o sono para continuar vertendo para o inglês um trabalho científico. É o que eu faço para viver. Quer dizer, uma das coisas que faço. Faço de tudo um pouco. Aproveito minha formação em biologia, minha natural facilidade em escrever e um dom para as línguas, e vivo de quebrar o galho de outros que foram menos favorecidos pela natureza nesses quesitos. Traduções de livros-texto, documentários e bulas de remédio, revisões de trabalhos científicos, um servicinho aqui e ali como ghost-writer para médicos e cientistas que acham que uma cultura geral é dispensável se você consegue um título acadêmico alto o suficiente, e vou tocando a vidinha. Não vou ficar rica com isso, mas dá pra viver. Também não é emocionante. O bom da coisa é não ter de sair de casa. Pensando bem, acho que melhor ainda é não ter de enfrentar classe após classe de alunos pentelhos, como fiz durante oito anos de minha vida. Não me arrependo dos anos de docência, mas também não me arrependo de ter largado dessa vida.
Não é normal que eu trabalhe até as duas da manhã. Mas aquela não havia sido uma noite muito normal. O Estevão havia feito uma visita surpresa, acompanhado por uma garrafa de vinho, que ele sozinho bebeu quase toda. Pensei que finalmente ele tivesse desconfiado de que algo não ia bem, e que tinha por fim resolvido vencer seu medo masculino e descobrir se a gente ainda tinha jeito. Na minha opinião não tinha, mas ele não pediu minha opinião, eu não dei, e depois que ele secou a garrafa, a gente terminou fazendo o que mais cedo ou mais tarde até os casais que não estão muito bem fazem. Não é que não fosse bom, mas é que não era bom o suficiente. Não o suficiente pra justificar que eu tivesse de varar a madrugada trabalhando pra compensar o atraso. E se eu não tivesse sido firme, teria agora na minha cama um cara carente que ia acordar de cinco em cinco minutos perguntando por que é que eu ainda não estava lá abraçadinha nele.
Então. Eu estava trabalhando num artigo de arrancar os cabelos. Era algo de ecologia, um experimento com ninhos artificiais, ovos de codorna e corujas de plástico que me pareceu uma das coisas mais estúpidas que eu havia lido em minha vida. Digno do prêmio Ig-Nobel, conhece? Eu não conseguia entender bem o que os autores queriam dizer em português, e desse jeito como é que eu ia conseguir transformar em inglês? Acho que o problema era que os próprios autores não se entendiam uns aos outros, imagine só, eram dez autores! Nunca pensei que houvesse, no mundo inteiro, dez pessoas interessadas em ninhos artificiais, ovos de codorna e corujas de plástico, e quis o acaso que elas existissem, fossem todas brasileiras, se encontrassem e conseguissem escrever um artigo juntas... A vida não é mesmo uma beleza?
Tinha decidido que para a reunião no dia seguinte – não, agora já era naquele mesmo dia – eu não levaria a tradução pronta, como eu tinha prometido antes, mas que pediria aos autores presentes – será que estariam lá os dez? – que me sanassem as dúvidas, deixando claro que, com aquele português assustador, pouca gente ia conseguir entender como as idéias deles eram sensacionais. Ops, saiu sarcástico? É, às vezes não consigo mesmo me controlar.
A campainha soou. Dei um pulo na cadeira e minha bunda doeu. Eu tinha caído sentada uns tempos atrás, aliás na noite em que conheci minha amiga vampira. Se fosse em filme ou livro, esse tipo de coisa não teria acontecido – quem já viu herói cair sentado e ficar semanas dolorido porque aconteceu não-sei-o-quê com a ponta do cóccix? Mas na vida real acontece, e eu ainda estava me recuperando, e com dor na bunda.
Já era estranho alguém tocar a campainha de meu apartamento. Testemunha de Jeová, vendedora de Yakult, gente pedindo caixinha de natal, esse tipo de coisa o porteiro barrava lá embaixo. Meus amigos eram mais do tipo que mandaria e-mail ou telefonaria em vez de visitar, salvo uma exceção. Mas essa costumava entrar pela janela.
Campainha, e ainda por cima às duas da manhã? Bêbado em apartamento errado, só pode. Ou bêbado em apartamento certo, quem sabe o Estevão voltando depois de procurar as chaves do carro durante duas horas antes de decidir que estava bêbado demais para pensar.
Olhei pelo olho mágico. Um homem, e não era o Estevão. Alto. Bonito. Uau! Tocando minha campainha às duas da manhã? Nããão, essas coisas não acontecem comigo. Tinha de ser engano. Ou quem sabe um tarado. Um psicopata. Homem alto chegando na minha casa às duas da manhã era algo que não acontecia comigo desde minha separação, faz... ah, deixa pra lá. De qualquer forma o ex não era tão bonito assim, e era horrível quando ele chegava às duas da manhã.
Mas esse cara parado na frente da minha porta... me fez descobrir que alguns hormônios que há muito pensava extintos ainda estavam bem presentes em meu corpo. E também que eu ainda conseguia reagir como uma adolescente idiota. Recuperei minha compostura.
– Quem é?
– Eu queria falar com a Clara. Maria Clara Baumgarten – a voz podia ser melhor, mas não era feia. Tinha um sotaque leve, de quê, não sei.
E não era engano. Maria Clara Baumgarten sou eu.
– E quem é que quer falar com a Clara? – não basta saber meu nome pra ir entrando na minha casa assim sem mais nem menos.
Ele pareceu hesitar.
– Eu sou... amigo... da Lucila.
Rápida, olhei de novo pelo olho mágico. Idiota, como não tinha reparado antes naquela palidez cadavérica? Alto e bonito daquele jeito, tinha de ter algum defeito. Claro, era vampiro. E pelo visto não tinha comido hoje.
Abri a porta. Não, não sou maluca. Eu estava com raiva, da Lucila, por ficar dando meu endereço sem mais nem menos pra turminha dela. Ela ia ouvir, ah ia...
– Fala.
– Não me convida pra entrar?
– Não – seca, profissional – Fala, o que você quer?
– Bom, desculpa vir assim nessa hora, mas... eu precisava ir pra algum lugar, e... – ou aquele era o primeiro vampiro tímido de que se tem notícia ou ele era muito bom ator.
– Escuta aqui – disse eu, desconfiada – Você não tá querendo um lugar pra passar o dia, não, né? Já vou avisando que eu gosto de ficar com as janelas abertas durante o dia, o sol iluminando tudo, essas coisas. Nada de hospedar vampiro... E além do mais a noite ainda é uma criança, tem muito tempo ainda pra você encontrar um moquifinho legal e bem escuro, um cemiteriozinho dando sopa...
– Não, não, nada disso, me desculpe se não me fiz entender – ele se mexeu, e a linguagem involuntária do corpo berrava “embaraçado!” – Eu preciso de ajuda, e eu achei que você... bom...
– Eu?!? – dei uma risadinha incrédula – Eu ajudando um... vampiro?
– Você tem ajudado a Lucila...
– Pode esquecer. A Lucila é uma coisa, você é outra. Ela é minha amiga. Não sou isca profissional, querido – eu já ia fechando a porta na cara dele.
– Espera, espera, não faz isso, você me entendeu errado de novo...
O telefone tocou naquele momento. Eu não acredito em coincidências. Deixei a porta aberta enquanto ia atender. Já levantei o fone distribuindo porrada.
– Tem um amigo teu aqui. Que história é essa de ficar dando meu endereço pra qualquer vampiro que apareça?
– Filho da puta, ele prometeu que esperava eu ligar antes. Deixa eu falar com ele.
– Nada disso, Lucila, conheço teus truques. Tô aprendendo, sabia? Convido pra entrar porque a dona Lucila quer falar com ele ao telefone, e uma vez aqui dentro ele está livre pra fazer o que quer que vocês tenham planejado, do tipo... já que ela está resistindo ao charme de uma vampira, quem sabe o negócio é um vampiro moreno, alto, bonito e sensual pra apresentá-la às delícias do sangue. Inventa outra, menina.
Ela riu. Ela sempre ria quando eu a chamava de menina. Ela parecia ter uns vinte anos, ou um pouco menos, mas era mais velha do que eu. Quanto, eu ainda não tinha descoberto.
– Acha que eu ia usar um truque desses com você?
– Acho.
Ela riu de novo. Arma boa pra uma vampira, essa risada cristalina que com certeza tinha ajudado a seduzir muitas e muitas de suas vítimas.
– É por isso que eu te adoro. Você é tão esperta... – de repente a voz dela ficou séria – Clara, ajuda o Daniel. Ele está em uma encrenca das boas. Não tem truque nenhum. Ele tá limpo. Não é o mais decente dos caras, mas... – ela hesitou – Bom, eu não gosto muito dos métodos dele, mas pelo menos ele é um daqueles vampiros que não matam as vítimas. Acho que pra você isso conta, né?
Contava, sim. Um vampiro que não é assassino. Essa eu precisava ver.
– Tá legal, Lucila. Vou deixar ele entrar, mas só porque tô confiando em você.
De novo aquela risadinha alucinante.
– Ele não vai fazer nada, Clara, fica tranqüila. Eu expliquei direitinho o que ia acontecer se ele desse uma mordidinha que fosse em você... – e de novo a risada – ... contra a sua vontade, claro.
– Claro – desliguei sem me despedir. Essas piadinhas dela me contrariavam, mais do que eu gostaria de admitir. Hum.
Continua...
Martha Argel
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Essa sou eu!!!